quarta-feira, 13 de junho de 2007

Cinema, Aspirinas e Urubus


1942. No meio do sertão nordestino, dois homens se encontram: Johann, um alemão que fugiu da guerra, e Ranulpho, um brasileiro que quer escapar da seca que assola a região. Viajando de povoado em povoado, eles exibem filmes para pessoas que jamais haviam conhecido o cinema, para vender um remédio "milagroso". Continuando a cruzar as estradas empoeiradas de um sertão arcaico, eles buscam novos horizontes em suas vidas. Nesta jornada, os dois aprendem a respeitar as diferenças e surge entre eles uma amizade incomum, mas que marcará suas vidas para sempre.

Cinema, Aspirinas e Urubus é o primeiro longa-metragem de Marcelo Gomes. O diretor conta que o argumento do filme surgiu de uma conversa com seu tio-avô Ranulpho Gomes, um paraibano que, nos anos 40, depois de enfrentar secas contínuas, decidiu migrar para o sudeste brasileiro, onde esperava encontrar uma perspectiva de vida melhor.

Em sua jornada, Ranulpho (o personagem do filme) conhece o alemão Johann, que também havia migrado, fugindo de seu país antes mesmo que este fosse consumido pela Segunda Guerra. Johann viaja pelo Brasil como caixeiro viajante, vendendo “a cura para todos os males”, a Aspirina. Em uma de suas viagens pelo sertão nordestino, seu caminho cruza com o de Ranulpho. É deste encontro, desta viagem, compartilhada por estes dois personagens, que nasce Cinema, Aspirinas e Urubus, um filme que retrata o cotidiano dessa experiência, os encontros com outros viajantes, as conversas, os perigos, as ameaças e, finalmente, a construção de uma amizade entre pessoas de culturas tão diferentes.... LEIA MAIS.



SITE OFICIAL DO FILME

Crítica:
"Cinema, Aspirinas e Urubus" do pernambucano Marcelo Gomes não reflete quase nenhuma fragilidade de um primeiro filme. A pequena e bem delineada história de dois caras que se encontram no sertão nordestino em 1942, o alemão Johann (Peter Ketnath) e o sertanejo Ranulpho (João Miguel, sem dúvida uma revelação), é tudo aquilo que o cinema brasileiro deveria ser no momento. O roteiro ( quantas vezes em dezenas de discussões aponta-se o problema dos roteiros nos filmes nacionais) é bem amarrado, os diálogos são bons (não se tem aquela sensação de artificialidade, na qual os atores muitas vezes dizem de maneira dura, frases que deveriam ser digeridas e não indigestas). As interpretações dos atores estão acima da expectativa, em certos momentos chegam a ser genial; a fotografia é impecável, os planos são bem recortados. E um desafio maior: é um filme de época! Mas em nenhum momento, você se lembra disto ou encontra falhas na direção de arte ou na continüidade. Ou seja, ufa! Você pode assistir ao filme tranqüilo, sem ter aquela velha e péssima expectativa de que vai, ainda hoje em 2005, encontrar mais problemas do que qualidades num filme de ficção brasileiro.... LEIA MAIS

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